quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Os idiotas úteis do comunismo

Há uns meses fomos assistir a peça "A Plenos Pulmões", que pretendia contar a história do poeta russo Vladimir Mayakovsky, conhecido como "poeta da revolução". 100 anos depois e com a perspectiva de quem viu o comunismo falhar fragorosamente depois de assassinar milhões de inocentes, eu esperava algum tom crítico, mas o que vi foi a exaltação da revolução russa de 1917 e a romantização do morticínio pelos dois atores no palco, com direito até a um "FORA TEMER" no fim.


A ironia é que dois mil intelectuais, acadêmicos e artistas soviéticos foram presos durante os expurgos do final dos anos 30, sendo que mais de 1500 deles morreram nas prisões e nos campos de concentração. O próprio Mayakovsky é uma vítima tardia do regime que ele ajudou a glorificar através de sua poesia, suicidando-se com um tiro no peito após cair em descrédito com o regime e depois de sucessivas críticas da Associação Russa dos Escritores Proletários.



E, a partir de hoje, o Cinema da USP apresentará uma mostra com 13 filmes celebrando os 100 anos da Revolução. Quem faz e assiste esse tipo de festival é gente como o rapaz da foto, que não vê contradição entre envergar uma camiseta com o símbolo do regime que matou 20 milhões de pessoas em tempos de paz, ao mesmo tempo em que pontifica sobre "direitos humanos". 



"A revolução é como Cronos: ela sempre devora seus filhos". Quem disse isso foi Pierre Vergniaud, revolucionário francês. Advogado e deputado, defendeu na Assembléia os perpetradores do massacre de Avignon, em que revolucionários lincharam dezenas de conservadores rurais da região de Carpentras, que desejavam permanecer fiéis ao papado. Girondino, foi guilhotinado pelos jacobinos em 1793, sob a acusação de ser "moderado demais".



Pelo menos fica o alento: toda essa beautiful people esquerdista leite com pera, esses atores, atrizes, poetas, músicos e estudantes, seriam os primeiros a levar uma bala na cabeça, na hipótese de vitória da Revolução. E puxando o gatilho estariam seus próprios correligionários. 
São os próprios idiotas úteis.



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