segunda-feira, 31 de outubro de 2011

EUA prendem empresário envolvido no caso que derrubou Erenice

O polícia dos EUA prendeu na semana passada o empresário brasileiro Roberto Ribeiro, apontado como dono de contas bancárias que receberiam dinheiro arrecadado na intermediação de negócios com a União, no episódio que levou à demissão da ex-ministra Erenice Guerra (Casa Civil) em 2010.
Ribeiro, acusado de contrabando de cigarros e lavagem de dinheiro, é genro do ex-diretor dos Correios Marco Antônio Oliveira, que foi apontado como integrante do grupo que intermediava negócios.

domingo, 30 de outubro de 2011

Vejam vocês como são as coisas!

O grande medo do PT nessa história toda do Ministério do Esporte é que Agnelo Queiroz, antecessor de Orlando Silva e governador do Distrito Federal, hoje um peixão do partido,seja arrastado de roldão.
Até os gramados de Brasília sabem que Silva não inventou nada, mas herdou um esquema, um método, um procedimento.
Ele não o alterou, claro!, e é até possível que o tenha tornado mais azeitado.
Um evento traumático que colhesse o governador seria péssimo para a reputação do PT, depois de tudo.
O Distrito Federal se tornou um símbolo da politicalha, da roubalheira, da falta de escrúpulos.      
Um sábio ancião da cidade, com quem converso de vez em quando, diante da iminente vitória de Agnelo no ano passado, refletiu em conversa com este escriba: “Pobre Brasília! Tão longe de Deus, tão perto do PT”.
Fazia uma paródia de uma frase famosa do presidente mexicano Lázaro Cárdenas (1934-1940) sobre seu país: “Pobre México! Tão longe de Deus, tão perto dos EUA!”
Muito bem!
Como ministro de Estado, Orlando Silva só pode ser processado pelo STF em razão da prerrogativa de foro.      
Como Agnelo Queiroz é investigado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) também por causa da lambança no programa Segundo Tempo, a ministra Carmen Lúcia requisitou que os autos fossem para o Supremo.
Aí se acendeu a luz vermelha no PT!      
Atenção!
Demitido, Orlando não pode mais ser processado pelo STF.
O que isso implica?
Sem a razão motivadora para juntar os dois inquéritos num só, o de Agnelo volta para o STJ, onde tinha como relator o ministro Cesar Asfor Rocha.
Lá ele corria não exatamente na surdina, mas sem nenhuma visibilidade.
E Orlando?
Vamos ver a tecnicalidade, mas ou ele também passa a ser       investigado pelo STJ, junto com o antecessor, ou vai para a Justiça comum, onde, atenção!, as coisas podem ser muito, mas muito lentas.
Uma coisa é certa e é o que queria o PT: o inquérito que diz respeito a Agnelo sai do STF.
*Por Reinaldo Azevedo

sábado, 29 de outubro de 2011

Os dez inimigos mortais da esquerda

1.  Deus e a Sua Obra;*
2.  A Justiça Divina;*
3.  O Bem;*
4.  A Verdade Universal;*
5.  A Humanidade;*
6.  A Família;*
7.  As Forças Armadas;*
8.  O Conhecimento Humano;*
9.  O Povo e o Patriotismo Consciente;*
10.  A Fé Cristã.*

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Brasil se junta aos indignados com a corrupção

Foto: Evaristo Sa/AFP/Getty Images
Cinco ministros foram derrubados por escândalos desde janeiro, e milhares vão às ruas protestar contra a corrupção. Por Tom Phillips, de São Paulo
De sua sala na redação instalada no 19º andar, Eurípedes Alcântara desfruta de uma vista espetacular do “novo Brasil”. Helicópteros atravessam o céu, carros novos abrem caminho pela cidade, arranha-céus e shoppings de luxo brotam no cenário urbano.
Mas Alcântara, um dos jornalistas mais poderosos do país, também não perde de vista o Brasil velho. Um país de negociatas, rinhas e corrupção endêmica que custam bilhões a cada ano e continuam a retardar a ascensão desse gigante sul-americano.
Como diretor de redação da influente e polarizadora revista VEJA, Alcântara acredita que é sua tarefa por um fim à baixaria. “É um choque de civilizações. Que tipo de país queremos ser?”, diz ele.
“A maioria das pessoas joga segundo as regras, trabalha de sol a sol e paga os impostos em dia. Mas há um grupo que vive se locupletando do estado, fazendo negócios com aqueles que têm as chaves do cofre. Combater a corrupção é nossa missão.”
O ano de 2011 vai entrar para a história brasileira como aquele em que Dilma Rousseff, a primeira mulher presidente, subiu ao poder. Mas talvez ele também seja lembrado como aquele em que a frustração com a corrupção política sem peias finalmente transbordou.
Desde que Rousseff assumiu, em Janeiro, cinco ministros caíram por causa de escândalos éticos ou de corrupção – sendo o último deles Orlando Silva, ministro do Esporte que se demitiu na última quarta-feira, depois de VEJA denunciar seu envolvimento numa tramoia de 14 milhões de libras.
Protestos em todo o país, ainda que tímidos se comparados com os do Chile ou do Oriente Médio, levaram milhares às ruas, exigindo um fim à pilhagem do dinheiro público
Com a palavra corrupção na boca de todos, a imprensa brasileira desempenhou um papel fundamental na descoberta de malfeitos de alguns dos políticos mais poderosos do país. Em junho, o poderoso ministro da Casa Civil de Rousseff, Antonio Palocci, se viu obrigado a renunciar depois que o jornal Folha de S. Paulo revelou que sua fortuna pessoal havia se multiplicado por 20 em apenas quatro anos.
Três meses mais tarde, o mesmo jornal ajudou a destronar o ministro do Turismo Pedro Novais, que já havia sido acusado de usar dinheiro público para bancar uma farra em um motel chamado The Caribbean. A conta de Novais no motel – onde quartos equipados com piscinas, saunas e camas redondas custam 35 libras por três horas – ficou em 767 libras.
Reportagens de VEJA, enquanto isso, derrubaram o ministro da Agricultura Wagner Rossi, acusado de malversar dinheiro público, o ministro dos Transportes Alfredo Nascimento – com o relato de um esquema de propinas em sua pasta – e o ministro do Esporte nesta semana.
“Os políticos dizem: ‘Quando recebo um telefonema de VEJA é sinal que a minha vida vai piorar’”, diz Alcântara com um sorriso logo interrompido. “Mas isso não me dá prazer... Não vejo isso como uma vitória.”
“Não se trata de uma campanha... mas é uma obsessão”, acrescentou o editor de 55 anos, cuja revista mais recente trouxe na capa a manchete Dez Motivos Para se Indignar com a Corrupção. A reportagem observa que os 85 bilhões de reais de dinheiro público surrupiados a cada ano poderiam erradicar a pobreza, construir 1,5 milhão de casas – ou comprar 18 milhões de bolsas de grife.
Alcântara – cuja revista tem circulação de 1,2 milhões de exemplares e algo entre 6 e 10 milhões de leitores – admite que a maioria dos furos de VEJA sobre corrupção tem origem em “dicas” de pessoas que, com frequência, estão elas mesmas implicadas no submundo da política brasileira.
“Não temos uma Delta Force. Temos antenas”, ele disse, referindo-se às redações da revista em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, a capitas do país, onde um total de 78 repórteres devem manter seus olhos e ouvidos atentos a sinais de negociatas, estejam cobrindo ciências, transportes ou arte.
Separar a política de VEJA de sua cruzada anticorrupção é uma tarefa complexa.
A revista é detestada pela esquerda brasileira, que afirma que ela tem um viés inerentemente contrário ao PT, que está no poder, e seus aliados, prestando atenção excessiva aos pecadilhos dos políticos dessas agremiações, enquanto ignora os deslizes de seus amigos.
Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro presidente brasileiro de origem operária, teve um relacionamento particularmente turbulento com a revista em seus oito anos de mandato. “Vamos ser francos, alguns jornalistas dE VEJA merecem um Nobel por irresponsabilidade”, disse Lula em 2006, depois de uma reportagem afirmar que ele e seus aliados tinham contas secretas em paraísos fiscais. “VEJA não publica acusações. Ela publica mentiras.”
Alcântara reserva termos mais simpáticos para Rousseff, a sucessora de Lula, que deu início ao que se tem chamado de “faxina”, demitindo seis ministros em dez meses no poder.
“Parece-me que ela é muito mais intolerante com a corrupção do que Lula”, diz ele. “Dilma, nas palavras e nos atos, mostrou muito menos tolerância e muito mais compreensão da desgraça que é a corrupção nesta país. Existe agora uma percepção muito forte, e creio que aqui podemos incluir a presidente, de que esse tipo de extorsão é inaceitável.”
A reação de Rousseff à corrupção e a cobertura constante da imprensa fomentou uma série de protestos pelo Brasil.
“Como pode um país tão rico e grande ter níveis semelhantes de pobreza? Uma das explicações, sem dúvida, é a corrupção endêmica e histórica”, disse Antônio Carlos Costa, diretor da ong antiviolência Rio de Paz, em um evento recente que reuniu 2500 pessoas.
“Falamos de algo que atravessa todas as esferas de poder. Vai dos narcotraficantes ao Congresso. Polui tudo, solapa nossas relações. Só é possível combater esse problema com dedicação e perseverança.”
Natalia Lebeis, 23 anos, também se uniu ao protesto – vestida de palhaço.
“Dizem que os brasileiros só saem às ruas para assistir ao futebol ou ao carnaval”, diz ela. “Nós somos a voz da nação. Chegou a hora de as pessoas mostrarem seu rosto e protestarem contra a corrupção e a impunidade.”
Alcântara, que já foi correspondente em Nova York e acaba de assinar uma entrevista de três páginas com o cantor Neil Youg, lembrou-se de Paul McCartney para capturar seu sentimento sobre as chances da guerra contra a corrupção ser vencida no Brasil.
“É um cabo-de-guerra”, disse ele, referindo-se à canção de 1982 do ex-Beatle. “Um cabo-de-guerra entre aqueles que desejam nos arrastar de volta para o século XIX e aqueles que tentam nos levar ao século XXI. Sou um otimista – acredito que o século XXI vai vencer.”
*Por Tom Phillips, de São Paulo - Leia o Texto original no The Guardian

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Falcatrua no ENEN?

Não acreditem no que vocês estão vendo. Acreditem em Fernando Haddad!
Não acreditem na verdade. Acreditem em Fernando Haddad!
Não acreditem nos fatos. Acreditem em Fernando Haddad!
O ministro da Educação, como já escrevi aqui tantas vezes, é mesmo um homem notável. Pouco antes de a URSS ir para o vinagre, ele escreveu um livro demonstrando as virtudes do sistema socialista, prevendo a sua longevidade. Não faz tempo, ele demonstrou, com grande acuidade, que Stálin era um homem moralmente superior a Hitler porque, disse ele, aquele ao menos lia os livros de seus inimigos antes de fuzilá-los. Vamos à literalidade do que disse numa comissão do Senado, para que não se perca:
“Há uma diferença entre o Hitler e o Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Essa é a grande diferença. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler”.
Está claríssimo, não? Quem é capaz de juízo tão torpe é capaz de tudo.
Muito bem! O Enem vazou de novo! Ou como explicar que estudantes de uma escola privada do Ceará tenham tido acesso a questões idênticas às que caíram na prova? Não obstante, o MEC emitiu a seguinte nota sobre o ocorrido no Colégio Christus:
“O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) prestou os seguintes esclarecimentos, depois de avaliar as informações que circularam nas redes sociais nas últimas 24 horas, notadamente na cidade de Fortaleza, no Ceará:
1. Depois de revisados todos os procedimentos da aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011, e sem encontrar nenhuma ocorrência de incidente, concluiu-se que não houve vazamento na sua aplicação. Em vista disso, decidiu acionar a Polícia Federal para esclarecer de que maneira os estudantes do Colégio Christus, de Fortaleza, tiveram acesso a questões do Enem 2011. E, em caso de envolvimento da instituição ou de terceiros, o Inep manifesta desde já sua intenção de processá-los civil e criminalmente.
2. Decidiu cancelar as provas de todos os estudantes concluintes do Colégio Christus, que totalizam 639, com base nas declarações da direção da escola, segundo as quais as questões teriam saído do seu próprio banco. No entender do Inep, esse fato configura uma quebra de isonomia, independente da questão criminal, que seguirá sendo apurada pela Polícia Federal.
3. Nos próximos dias, o Inep vai contatar os alunos que tiveram a prova cancelada e oferecer a possibilidade de refazer as provas nos dias 28 e 29 de novembro próximo.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Educação”
Voltei
Como é que é? Não houve vazamento? Aquilo foi, então, o quê? Obra do Espírito Santo? De um adivinho? De algum bruxo cearense?
É espantoso!
*Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Escândalo no ministério do PCdoB desborda para cima do governador do PT

Quanto mais tempo o PCdoB e o ministro Orlando Silva resistirem, mais malfeitorias virão ao conhecimento do povo brasileiro, envolvendo também outros ministérios. São revelações como estas que o governador Tarso Genro quer impedir, ao defender o controle da mídia. A reportagem a seguir da revista IstoÉ, introduz novos personagens no escândalo do ministério dos Esportes, mas desta vez o caso desanda de vez para cima do governador de Brasília, Agnelo Queiroz, do PT. Agnelo foi ministro antes de Silva "Cansei de dar dinheiro ao Agnelo", denuncia agora outro membro da quadrilha.
Nos últimos dias, o escândalo dos desvios de verbas de ONGs ligadas ao Ministério do Esporte, detonado pelo policial militar João Dias Ferreira, atingiu em cheio o ministro Orlando Silva e colocou em xeque a administração de nove anos do PCdoB à frente da pasta. Agora, uma nova e importante testemunha do caso pode dar outros contornos à história, ainda repleta de brechas e pontos obscuros. O que se sabia até o momento era que os comunistas, além de terem aparelhado o Ministério do Esporte, montaram um esquema de escoamento de verbas de organizações não governamentais para abastecer o caixa de campanha do partido e de seus principais integrantes. Em depoimentos ao longo da semana, o PM João Dias acusou Orlando Silva de ser o mentor e principal beneficiário do esquema. A nova testemunha, o auxiliar administrativo Michael Alexandre Vieira da Silva, 35 anos, apresenta uma versão diferente. Em entrevista à ISTOÉ, Michael afirma que o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e ex-ministro do Esporte, hoje no PT, mas que passou a maior parte de sua trajetória política no PCdoB, é quem era o "verdadeiro chefe" do esquema de desvio de recursos do Esporte. Até então, Agnelo vinha sendo poupado por João Dias.
Michael foi a principal testemunha da Operação Shaolin, deflagrada no ano passado pela Polícia Civil do DF e na qual foram presas cinco pessoas, entre elas o próprio soldado João Dias. Seu papel nesse enredo é inquestionável. Michael Alexandre trabalhou nas ONGs comandadas por João Dias, conheceu as entranhas das fraudes no Ministério do Esportes e, durante um bom tempo, esteve a serviço dos pontas-de-lança do esquema. Sobre esse período, ele fez uma revelação bombástica à ISTOÉ: ?Saquei R$ 150 mil para serem entregues a Agnelo (então, ministro, ou melhor, entao MINISTROS)?.
Por estas declaraçoes a gente percebe que a bandidagem do PT esta infiltrada em tudo, surgiu um escandalo, la estao eles (como ratos de esgoto), por isso, o salafrartio tem orientado o atual ministro a resistir até a morte.
Quem leu a reportagem da ult. Veja sobre o desvio de bilhoes de reais para a corrupçao, é de nos deixar bastante preocupados com nosso futuro, é estarrecedor saber que esta quadrilha esta infiltrada em todos os orgaos publicos e nossas Instituiçoes nada fazem.
*Fonte: blog jornalista Polibio Braga de Porto Alegre

E Sarney não teve dificuldade em mentir.

Pergunta-chave: o Ministério Público é, efetivamente, o Fiscal da Lei e o Advogado da Sociedade?
Se você trabalha no Ministério Público, e respondeu "sim" à pergunta acima, solicito-lhe que informe se algum Procurador da República investigou (ou está investigando) o caso "SARNEY MENTIU AO SENADO".
Seguem trechos da reportagem, dos Jornalistas Leandro Colon e Rodrigo Rangel, que motivou esta solicitação (a reportagem foi publicada pelo Estadão de 13 de julho de 2009).
... Para senadores ouvidos ontem, Sarney mentiu em plenário ao afirmar, na quinta-feira, que não tem “nenhuma responsabilidade administrativa” na Fundação José Sarney, suspeita de desviar R$ 500 mil de uma verba da Petrobrás para contas de empresas fantasmas e da família do senador...
... A assessoria de Sarney alega que ele deu poderes para o amigo José Carlos Sousa Silva presidir “em exercício” a fundação. O Estado obteve o documento. O senador não abre mão do controle da entidade nem da presidência vitalícia...
... Na opinião do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, Sarney não perdeu o controle da entidade. “Em tese, ele continua com poder de mando. O representante age em nome do representado”, explica. “Ele teria que ter aberto mão da titularidade...   
... Sarney agiu recentemente duas vezes em nome da fundação. Além de ter assinado o convênio, ele pediu à Mesa Diretora, em 2007, que entrasse com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para revogar decisão judicial que retirou da fundação a propriedade de sua sede, o Convento das Mercês...
É impossível aceitar, numa boa, que a Nação seja obrigada a conviver com a possibilidade de o Presidente do Senado ter mentido ao plenário. E com a possibilidade de suas mentiras serem arquivadas na grande pasta "ficou por isso mesmo". E, para coroar a esculhambação, com uma estatização tão estrovenga.
Por essa razão, é importante que o Senador Sarney, se mentiu, seja alcançado pelas punições aplicáveis.
Agradeço antecipadamente sua atenção. 
*Texto de Luiz Otávio da Rosa Borges

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A cara do petista, o e-mail do petista, o apartamento do petista. O dinheiro é seu!

Rei do cambalacho: O deputado do PR que enriqueceu fazendo emendas ao Orçamento. Com a ajuda de um petista, claro…
O deputado Bacelar em ação: emendas, fantasmas, parentes, empresas, amigos influentes e fortuna
(Foto: Cristiano Mariz)
Da VEJA Online:
A tarefa de emendar o Orçamento da União transformou-se, há tempos, num meio para os parlamentares corruptos embolsarem dinheiro público. A edição de VEJA que chega às bancas neste sábado revela mais um desses casos - protagonizado pelo deputado federal João Bacelar, que cumpre o seu segundo mandato pelo PR baiano.
O esquema é de uma simplicidade assustadora. Entre 2007 e 2010, João Bacelar - filho de ex-deputado federal e típico representante do baixo clero da Câmara - teve direito a R$ 43,5 milhões em emendas. Quase metade disso foi destinado a prefeituras do semi-árido baiano, onde estão seus redutos eleitorais. As prefeituras contratavam a Empresa Brasileira de Terraplenagem e Construções Ltda. (Embratec), administrada por Bacelar desde 2006. E o dinheiro ia parar no bolso do deputado.
O petista Marcos Lima repassa para o deputado João Bacelar e-mail em que o dono do apartamento cobra o pagamento da prestação; ao lado, a prova da quitação da parcela. A moeda da transação é uma só: dinheiro público.
Até novembro de 2009, a tramóia foi facilitada pela amizade com o servidor petista Marcos de Castro Lima, que ocupava a Subchefia de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Era ele quem recebia os pedidos de deputados e senadores e estabelecia a ordem de liberação das emendas. No último empenho em favor de Bacelar, antes de deixar o cargo, Lima liberou R$ 2,2 milhões ao amigo.
Quarenta dias depois de liberar essa bolada, e vinte dias depois de deixar o governo, o “homem das emendas” - como Lima era conhecido - ganhou de Bacelar um apartamento de 143 metros quadrados, num bairro nobre de Salvador. O custo foi de R$ 680 mil. Documentos obtidos por VEJA mostram que os pagamentos ficaram a cargo da Embratec.
Acima, o prédio, num bairro nobre de Salvador, onde fica o apartamento do petista João Lima, um presente de João Bacelar
Além do ataque ao Orçamento, Bacelar lança mão de outros expedientes para lesar os cofres públicos, como o nepotismo cruzado - emprega em seu gabinete parentes de colegas que, por sua vez, contratam os parentes dele em agradecimento -, e a contratação de funcionárias pessoais, que sequer trabalham em Brasília, como se fossem assessoras de seu gabinete. Uma dessas funcionárias é laranja do deputado em uma emissora de rádio na Bahia, como demonstra gravação a que a revista teve acesso.
Bacelar declara ter um patrimônio de R$ 1,2 milhão de reais. É pouco para quem tem carros importados e barco e faz uso de avião particular. Nenhuma menção à Embratec foi feita em sua declaração de bens à Justiça eleitoral. Procurado por VEJA, João Bacelar negou tudo. Em 2012, poderá dispor de mais R$ 13 milhões em emendas ao Orçamento - se o Conselho de Ética da Câmara não se mover para impedir a sangria.
Conselho de Ética
A revelação sobre o deputado João Bacelar (PR-BA) é um fato grave na opinião do presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PDT-BA). “É um fato muito importante. Muito grave, não tenho dúvida disso”, disse ele neste sábado.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

sábado, 22 de outubro de 2011

Governo do DF nomeia servidora foragida da polícia.

A Polícia Federal saiu semana passada em busca de Daniel Almeida Tavares e Marília Coelho Cunha envolvidos no processo da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária que corre em segredo de justiça. Os dois operadores de um esquema de propina na Agencia de Saúde do Governo Federal , durante a gestão do atual governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz, estão foragidos. A surpresa foi que Marília Coelho Cunha foi nomeada nesta 4ª feira, para um cargo no GDF, conforme o Diário Oficial de 19 de outubro de 2011, seção 2, página 36, mas está desaparecida.
A Polícia também não sabe de Daniel, mas o ex-funcionário do Laboratório União Química tem uma história para contar. Num fim de semana, quando Agnelo Queiroz estava à frente da ANVISA, o médico recebeu Daniel em sua mansão no Lago Sul. O governador do DF, levou Daniel para uma biblioteca no subsolo de casa, onde pouquíssimas pessoas costumam freqüentar. Daniel estava preparado para documentar o encontro desde a entrada na mansão de Agnelo. Alí, o rapaz entregou R$ 75 mil ao então dirigente da ANVISA como pagamento de propina efetuado pelo Laboratório União Química.
Agnelo reclamou a Daniel. Sentiu falta de R$ 5 mil na quantia combinada. O rapaz prometeu ao político depositar o dinheiro no dia seguinte. E o fez, através de transferência bancária via HSBC. Deste modo, Daniel recolheu mais uma prova contra Agnelo Queiroz.
Outro episódio que Daniel tem registrado é o presente que a União Química deu para o filho de Agnelo Queiroz: um pálio branco. Agnelo perguntou a Daniel o valor do carro e foi informado: R$ 30 mil. O Governador pediu que Daniel então vendesse o veículo e depositasse o dinheiro em sua conta bancária. O que foi feito em seis parcelas semanais, no mesmo HSBC.
A história de Marília Coelho Cunha é tão interessante quanto a de Daniel e envolve a mesma União Química. Marília foi Gerente de Inspeção e Controle de Insumos da ANVISA e responde processo de favorecimento ilícito ao Laboratório.
Essas informações não estão exclusivas de Daniel. Fazem parte também de um dossiê que o soldado quatro estrelas João Dias Ferreira tem em suas mãos sobre seu camarada Agnelo Queiroz. João Dias procurou Daniel e recolheu o material para tentar salvar, na época o então amigo de PC do B.
Sabe-se que Marília mora numa mansão no condomínio Ville de Montagne, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, que ganhou de presente da União Química, através de Agnelo e Rafael. Foragida da Polícia Federal, por conta do processo da ANVISA, a moça foi nomeada para presidir comissão de licitação na Secretaria de Saúde nesta 4ª feira, mas já se sabe que não pretende comparecer ao trabalho, pois está novamente sob a guarda de Agnelo e Rafael, o todo poderoso Secretário do DF Daniel Almeida Tavares também ganhou de presente um cargo público: foi nomeado para um cargo na Administração do Plano Piloto, mas preferiu não aceitar e pediu pra sair.
O médico do interior da Bahia Agnelo Queiroz chegou a Brasília com um objetivo: ser político. Pra começar, filiou-se ao PC do B e juntou-se ao colega e neurologista Rafael para a escalada iniciada em 1990 na Câmara Legislativa do DF. Em janeiro de 2003 o doutor em seu terceiro mandato de deputado federal pelo PC do B é nomeado pelo presidente Lula , ministro do Esporte.
Um Ministério sem grandes projeções, com um Caixa muito baixo, mas com grandes possibilidades.
Os holofotes começavam a acender com a Lei nº 10.264, conhecida como Lei Agnelo/Piva, de 16 de julho de 2001, que estabelece o repasse de 2% da arrecadação bruta de todas as loterias ao Comitê Olímpico Brasileiro.
Agnelo colhia, como Ministro dos Esportes, rendimentos que plantou no Congresso Nacional E além disso, ganhou de presente os Jogos Pan Americanos, responsáveis por muito de seu sucesso, mas o começo de sua derrocada com prestação de contas do PAN.
Para o Ministério do Esporte, Agnelo levou seu fiel escudeiro e colega médico neurologista Rafael Barbosa, o mentor intelectual dos esquemas desde seu primeiro mandato como distrital, e um velho camarada do PC do B, truculento esportista de Kung Fu, João Dias Ferreira, para implantar o projeto Segundo Tempo. Nascia ali um dos mais promissores esquemas de Caixa 2, da Esplanada dos Ministérios, a partir de ONGs ( Organizações Não Governamentais) criadas especificamente para desvio de verbas públicas.
O então ministro, com os camaradas do PC do B, Rafael, João Dias e o secretário geral Orlando Silva e o cofre do partido cheio, ganhou mais ainda a simpatia do presidente da República, e junto com isso o convite para disputar a vaga de senador pelo Distrito Federal, como petista.
O pensamento de Agnelo estava voltado para o Senado Federal, onde em 2006 perde para o ex-governador do DF, Joaquim Roriz, numa complicada disputa que acabou por derrubar Roriz e levar ao cargo de senador o suplente Gim Argelo, apesar do processo de Agnelo, tentando anular a eleição de Roriz e chegar ao cargo como segundo colocado.
No PT, sem mandato, Agnelo vira um corpo estranho. É preciso mostrar serviço. A jogada passa a ser levar para o PT o Caixa 2 montado no Ministério do Esporte para o PC do B, onde o partido deixou Orlando Silva, com o segredo do cofre. Agnelo articula e fecha vários acordos, blinda a Operação Shaolin no Senado, através de Gim Argelo, que troca o mandato de senador pela blindagem de Agnelo no Senado e o apoio para o Governo do DF.
Em outubro de 2007, Agnelo chega a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária,e começa a se cacifar mais no PC do B. Monta um novo esquema de arrecadação de Caixa 2,com os Laboratórios, que passa a girar garantindo-lhe mais a confiança do presidente Lula e a caminhada para o Governo do Distrito Federal. O cuidado de Agnelo com o Caixa 2 fez com que o médico ganhasse mais força política.
Agnelo é eleito governador do DF, pelas mãos de Lula e de um PT dividido quanto a opção do ex-presidente. Acordos e alianças envolvendo o PC do B , que garantiu a galgada de Agnelo ao GDF, começaram a bater de frente com as alianças do PT nacional e local. Os interesses das alianças de Agnelo se embaralharam.
Mas o trio Agnelo, Rafael e João Dias não podia mais parar. A solução de Agnelo foi pegar o truculento e ameaçador João Dias, seu fiel escudeiro e transformá-lo no operacional da transferência do esquema de Caixa 2 do PC do B para o PT, dentro do Ministério do Esporte. O soldado partiu pra cima de Orlando Silva, pressionando, o ministro do Esporte, seu camarada, e, fez chegar as mãos do Coronel Buarque, homem de confiança da presidente Dilma Housseff, o relatório com toda a Operação Shaolin e o envolvimento de Orlando Silva e do PC do B no esquema das ONGs.
A presidente Dilma, antes de partir para viagem internacional, em companhia de vários ministros, entre eles o próprio Orlando, questionou o líder do PC do B, deputado Aldo Rebelo, acerca das atitudes do ministro do Esporte. Aldo preferiu não falar sobre o assunto e chamou a responsabilidade para Orlando.
Agnelo foi preservado o tempo todo por João Dias, que não pretendia matar a galinha dos ovos de ouro, no caso, o agora governador do Distrito Federal, que mudou a vida do simples esportista comunista para um bem sucedido empresário dos Esportes, com direito a carros importados e mansão em cidade satélite de Brasília. O alvo principal era Orlando Silva. Mas o ministro resolveu não segurar o problema sozinho.
O escândalo e ameaças do soldado com poderes de general 4 estrelas, João Dias, revelado pela Revista Eletrônica Quidnovi com exclusividade no dia 11 de outubro passado, vem a tona através de matéria da Revista Veja no fim de semana seguinte, quando o ministro se encontra em Guadalajara para abertura dos Jogos Pan Americanos, e a partir daí repercute em toda a imprensa.
O ministro do Esporte então resolve não segurar sozinho a Operação das ONGs no programa Segundo Tempo, e mostra publicamente de onde partiram as pressões. Orlando Silva puxa o ex companheiro do PC do B e agora governador do DF pelo PT, Agnelo Queiroz, e coloca o médico sob os holofotes da mídia.
O PC do B acusa que há dedos do PT nesta confusão toda e a base aliada do Governo está ameaçada. Para aplacar a crise, sabe-se que o Palácio do Planalto quer manter o Ministério do Esporte sob a tutela do PC do B. E o PT sabe que tem dedos do Partido nessa história. Mas os dedos que aparecem no PT são os do Governador do DF Agnelo Queiroz , considerado um petista de última hora, e desafeto de vários companheiros.
Agnelo Queiroz tem digitais em todos os lugares por onde passou: ANVISA, MINISTÉRIO DO ESPORTE e GDF. E o que está vindo a tona a agora é trajetória política do maior operador do Caixa 2 do PC do B. Trajetória política que se mistura com processos e assassinatos de crimes de queima de arquivos. ( Informando e detonando )
*Fonte: Quid Novi Por Mino Pedrosa

Mais um caso de corrupção que cairá no esquecimento.

O ministro do Esporte, Orlando Silva, em sua luta para se defender de denúncias feitas sobre desvio de verbas em programas de sua pasta, repetiu palavras de indignação e reclamou do tratamento parcial concedido pela revista Veja.
Roubar e se fazer de santinho: "A resposta que oferecemos à revista foi uma resposta clara. Uma rejeição de que nunca houve os fatos registrados pela revista. Não houve, não há, e não haverá nenhuma prova sobre essa acusação vil que me imputaram", afirmou. Orlando Silva novamente questionou onde estariam as provas que o policial militar João Dias Ferreira afirmou ter. "Onde estão as provas?
Interessante observar O mesmo "Filminho-Novelesco" Parece com os "remaks" de filmes e novelas, a mesma estória encenada com outros atores.
O roteiro se repete exatamente igual aos outros 4 casos envolvendo corrupção - que derrubaram 4 ministros (alguém se lembra quais foram?) nesses 10 meses de governo Dilma.
O roteiro se repete exatamente igual: o ministro representa as já rotineiras encenações, posando de inocente e mostrando-se ferido em sua dignidade, honra e honestidade.
O roteiro se repete exatamente igual: a imprensa exibe diariamente os fatos das denuncias envolvendo o ministro, hora ou outra aparece um fato novo, e seguirá neste passo até a queda do ministro. Parece o que mais importa é a cabeça do ministro, como foram nos casos de outros 4 ministros que já caíram (alguém se lembra quais foram e quais as pastas?).
E aí, mais um caso de corrupção que cairá no esquecimento.
Já não sai mais nem uma nota, nem sequer umas duas linhas sobre outros casos de desvio de dinheiro público nos ministério$: turismo, transportes, agricultura e casa civil, e, logo também os esportes não merecerá mais noticias, só estão esperando a cabeça do ministro.
A imprensa não dá mais importância e esqueceu as envolvendo Gleisi Hoffman e Paulo Bernardo.
Oras, o fato é entender que não basta trocar o ministro. Não basta demitir o ministro, o problema está acima.
Acreditar que com a queda do ministro no governo caem também os corruptos e o sistema de corrupção de cada pasta é muita ingenuidade ou muita idiotice da mídia.
Também não basta diminuir ministério, pois substituirão com mais departamentos...
Façam suas apostas, quantos dias a contar para mais um novo desvio-escândalo com o dinheiro público.
Até mais um novo escândalo...
*Plínio Sgarbi, por e-mail, via resistência democrática

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Entenda por que os carros são mais caros no Brasil

Por quê os carros brasileiros são os mais caros do mundo.

O maior desafio do povo Líbio


Líbios comemoram a morte de Kadafi em frente a embaixada da Líbia em Londres
(Dan Kitwood/Getty Images)
A morte de Muamar Kadafi, nesta quinta-feira, trouxe uma única certeza para o povo da Líbia: encerrou-se um regime de terror que durou por 42 anos.
Tudo mais está em aberto nesse país que se viu privado de todas as instituições que permitem a um povo se governar.
Um povo que conviveu com uma Ditadura que privou o país de Parlamento, eleições e partidos políticos.
Seu maior desafio e indagação, agora, é: Como governar o país?

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Corrupção: A visão da oposição.

O   1º Vice-Presidente do PSDB-DF, Raimundo Ribeiro, fala sobre o mais  novo  escândalo no governo Agnelo, o caso Policarpo e o papel da  oposição  diante das graves denúncias.
Raimundo Ribeiro e o Senador Alvaro Dias
Como você vê a atual situação da Capital? Caótica,   infelizmente para todos nós, pois gostaríamos de ver uma situação   tranquila na cidade, mas o Distrito Federal saindo de um escândalo, como   foi a eleição conturbada, esperávamos um governo que pelo menos   pacificasse a cidade. O que se viu foi o contrário. Um governo que não   governa e pessoas despreparadas para ocupar cargos, pior do que isso,   pessoas com vasta folha penal, respondendo por cargos importantes, e o   resultado só poderia ser este que está acontecendo em Brasília. Nós   temos um governador que teve seus bens bloqueados e que está sendo   acusado de desvio de verba pública. Isso tem duas faces: É muito ruim   para a cidade, porque passa por mais um momento turbulento, mas quem   sabe não será a oportunidade de fazer ressurgir em Brasília a política   decente e voltada para o cidadão.
O que você tem a dizer em relação às denúncias feitas pelo João Dias veiculadas pela revista Veja, no último fim de semana e que, na verdade, são questões que vêm se arrastando desde 2008?
Eu   acho que primeiro nós temos que situar a questão nos seus limites. O   atual governador (Agnelo) era ministro dos Esportes quando começaram a   surgir denúncias. Acho que ele, como um homem público experimentado que   é, pois já foi deputado distrital, federal e ministro, deveria naquele   momento ter pedido uma rigorosa apuração dos fatos, não o fez. Pelo    contrário, sempre se omitiu. Evidentemente  a gravidade e a seriedade   das denúncias decorrem inclusive do fato de o denunciante (João Dias)   dizer que participava do sistema. Então, é uma pessoa que tem muito a   falar e não podemos aceitar qualquer tentativa, por parte dos   denunciados, de tentar desqualificar quem os acusa. O que interessa não   são as pessoas, mas sim os fatos. E os fatos precisam ser apurados com   muito rigor pelos órgãos de controle social, principalmente  a Polícia  Federal e o Ministério Público, para que a gente possa  recuperar um  pouco do dinheiro que dizem ter sido roubado dos cofres  públicos.  Então, nós precisamos, efetivamente, apurar de imediato. Acho  que a  Câmara Legislativa do Distrito Federal deveria aprovar por  unanimidade o  imediato afastamento do governador Agnelo para que a  investigação  fosse isenta, apurada e verificada a veracidade. Se ele for  culpado,  que perca o cargo. Caso não seja comprovada a sua  participação, que ele  retorne ao exercício do mandato. Aliás, isso não é  novidade no Brasil.  Henrique Hargreaves,  quando ministro da Casa Civil,  procedeu dessa forma e é esse o  procedimento que se espera de pessoas de  bem que ocupam funções  públicas.
Você foi, hoje 17/10, ao gabinete do Líder do PSDB no Senado, Senador Álvaro Dias. Qual foi o teor da conversa?
Primeiro,   agradecer ao Senador Álvaro Dias por abrir um espaço na sua agenda para   nos receber. Eu fui, representando o PSDB-DF, levar uma preocupação, já   que os fatos são gravíssimos e envolvem o governador do Distrito   Federal. Como nós já tivemos exemplos de que a Câmara Legislativa não   tem boa vontade em apurar os fatos, como é seu dever, nós pedimos ao   Senador Álvaro Dias que se empenhe em convocar, pelo Senado Federal, o   governador Agnelo para que ele preste os devidos esclarecimentos sobre   essas denúncias que estão sendo veiculadas pela imprensa nacional.
Se  as  denúncias fossem contra membros de qualquer partido de oposição, o  PT  estaria atacando ferrenhamente. Como você vê o silêncio do PT diante  de  denúncias tão graves?
Eu  não  vejo com surpresa. Porque acompanho a vida política há mais de 30  anos.  Sempre disse que o PT, quando assume o governo, se aparelha das   instituições e essa é uma linha muito ruim, pois as instituições que   deveriam servir ao cidadão passam a servir apenas ao partido, ou seja, o   PT apequena as instituições. Então, eu não vejo com surpresa, mas com   muito desagrado, porque o PT que sempre se disse combatente da  corrupção  perdeu essa bandeira quando inaugurou a fase do Mensalão no  Brasil, em  2004/2005. A máscara do PT caiu e a partir daí ele se tornou  um partido  um pouquinho pior do que outros, pois tem os mesmos pecados  mais o  pecado da hipocrisia. Nós precisamos mostrar pra sociedade que o  PT hoje  se comporta como se o Brasil fosse menos importante que o  partido.
De agora em diante, quais serão as providências que o PSDB-DF vai tomar em relação às denúncias?
A  primeira  providência já foi tomada na nossa reunião com o  pronunciamento sempre  sábio do nosso Presidente de Honra, ex-deputado  Geraldo Campos, que  disse que o partido deve apoiar publicamente o  pedido de impeachment  contra o governador Agnelo, mas nós devemos também  entender que as  denúncias não se esgotam apenas na figura do governador  e sim no  governo do PT com o PMDB. Esse governo incompetente que esta  aí não é  governado pelo Agnelo. Na verdade, o Agnelo nunca governou, nós  sabemos  disso. Agora, nós temos que mostrar para a população o  desgoverno que  tomou conta dessa cidade. Nós temos obras paradas desde o  governo  Arruda. Esse governo não consegue, sequer, concluir as obras.  Nós temos  uma saúde que estava na UTI e agora está no cemitério. A todo  momento,  as denúncias acontecem e não há resposta. Nós temos aí, sob o  aspecto  moral, algo de uma gravidade terrível. O secretário de saúde  contrata  emergencialmente a empresa da sua esposa e o governador ignora  como se o  princípio da impessoalidade não devesse imperar no Distrito  Federal.  Nós temos aí denúncias de acobertamento de fugas da Papuda e a   Secretaria de Segurança se fecha como se isso não fosse importante, ou   seja, nós temos hoje uma cidade entregue à própria sorte.   Lamentavelmente, o governo não governa e está envolvido em uma pocilga   de denúncias que envergonha qualquer cidadão do Distrito Federal.
E quanto ao caso Policarpo e a tentativa do PT de blindá-lo na Câmara dos Deputados e no DF?
É  outra  denúncia de extrema importância que foi feita. Não apenas pelo  fato da  compra de votos, mas mais grave do que isso é a utilização da  Polícia  Legislativa para tentar intimidar as vítimas da ação criminosa  do  presidente do PT-DF, deputado Policarpo.
Como você vê a sociedade nos últimos tempos? Ela está apática ou participativa? 
Nós  já  tivemos no Brasil um estado de letargia, já que o PT conseguiu   privatizar os movimentos sociais. Comprou a UNE e isso é notório,   alimenta o MST e em geral todos os movimentos sociais, aos quais o PT   conseguiu impor um aspecto letárgico com a utilização indevida do poder   político, mas a gente percebe que lentamente, e isso é natural, a   sociedade começa a despertar e começa a perceber que esse dinheiro que   está migrando dos cofres públicos para o bolso de filiados do PT é   dinheiro da população e a população começa a se revoltar com isso. Nós   não podemos pagar quase 40% de carga tributária pra financiar esse tipo   de atividade, e isso quem está dizendo não sou apenas eu. A ministra   Eliana Calmon mostrou claramente o quanto o Estado está aparelhado.   Premia-se a mediocridade com promoções. Quanto mais incompetente,   quanto mais subserviente e quanto mais vassalo a pessoa for, mais ele   ascende na carreira. São coisas que a sociedade começa a perceber.   Quando isso acontece, ela percebe também o perigo que é desacreditar nas   instituições, porque aí você cai num precipício institucional. Aí é   “terra de ninguém”. Vence quem grita mais e nós não podemos permitir que   o país chegue a esse ponto. 
Como você vê a nova Era do PSDB-DF? 
Eu   vejo que, evidentemente, nós vamos enfrentar dificuldades, mas é algo   natural em qualquer processo de mudança. O PSDB está lentamente, mas  com  muita consistência, conscientizando-se do seu papel de oposição   ideológica ao governo que está aí. O PSDB nacional também, me atrevo a   avaliar, está aos poucos se acostumando ao fato de ser oposição e não   uma oposição predatória como sempre fez o PT, mas sim uma oposição   séria, persistente, que aponta as irregularidades e mostra o caminho que   deve ser adotado. Acredito que o PSDB só tem a crescer perante a   opinião pública. O PSDB é um partido grande e que precisa assumir a sua   grandeza e ele assume a sua grandeza participando dos quadros políticos  e  é por isso que o PSDB tem todas as condições de, no âmbito local,   apresentar nas próximas eleições, que eu não sei se serão  daqui a 60  dias ou em 2014, candidatura própria e candidatura própria  você não  parte do pressuposto que o candidato já tem ou não 80% dos  votos. Uma  candidatura se constrói.  E como é que se constrói uma  candidatura? Uma  candidatura se constrói unindo o partido em um ideário.  Unindo o  partido dessa forma você conseguirá que o candidato, seja ele  quem for,  indicado pelo partido consiga sensibilizar a população.  Afinal,  ninguém é candidato de si próprio, você é candidato de uma  ideologia. 
*Fonte: A entrevista está no site www.psdbdf.org.br

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Fidel e o golpe da revolução operada por outros meios

"A mitologia da resistência é uma trapaça ideológica a emprestar a homicidas compulsivos a dignidade de utopistas. Hoje, os nossos ‘cubanófilos’ estão empenhados é em assaltar os cofres.E é bom lembrar: os ladrões vulgares não desistiram de solapar a democracia"

A semente do mensalão está na pistola com que Che Guevara executou um guerrilheiro que roubara um pedaço de pão.
O dossiê dos aloprados foi planejado em Sierra Maestra.
O aparelhamento do estado e a farra dos cartões desfilaram com Fidel Castro em Havana, em 1959. Isso é história de mentalidades, não de nexos pobremente causais.
O assalto ao Erário, à ordem legal e à administração do estado seria apenas a revolução operada por outros meios. Os criminosos precisam dessa mitologia para reivindicar seu exclusivismo moral. É coerente que propagandistas do PT como o arquiteto Oscar Niemeyer, o cantor Chico Buarque e Frei Betto sejam também embaixadores (i)morais da ditadura cubana.
Fidel, vê-se, é uma figura marcante na história do Brasil. A justificativa nada improcedente do golpe militar de 1964 foi impedir a "cubanização" do país. Figuras que transitam neste governo têm sua folha corrida ou sua lenda pessoal ligadas à trajetória do "comandante". José Dirceu, por exemplo, ganhou seu caráter e uma de suas caras treinando guerrilha na Cuba revolucionária.
Há quem jure que nunca deu um tiro.
O sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, que estreou no anticomunismo, aproximou-se do castrismo por razões, acredite!, pragmáticas. Derrotados de 64 forneceram ao dito então "novo sindicalismo" a vértebra política que ele não tinha e lhe emprestaram aquela mitologia da "resistência".
Na versão mítica, os derrotados do comunismo que voltaram do exílio tentariam construir o socialismo recorrendo aos instrumentos que a própria "burguesia" lhes forneceria.
Padres de passeata aspergiram na mistura um pouco da pervertida água benta anticapitalista, e pronto!
Estava criado o PT.
Para quê?
As esquerdas, diz um amigo, não têm uma teologia, só uma demonologia.
Ainda não definiram as virtudes pelas quais lutam, mas têm claros os valores contra os quais conspiram, e o mais importante de seus alvos é a liberdade. O alemão Karl Marx (1818-1883), pai intelectual dos comunistas, tinha certa atração pelo demônio – o próprio filho o chamava de "diabo"; devia ter lá seus motivos.
Em Marx e acólitos, o novo homem se faz da destruição do patrimônio cultural que herdamos, não de uma nova resposta às demandas geradas por essa herança. Por isso o marxismo tentou apagar no "cérebro dos vivos" o "pesadelo das gerações mortas".
Eliminar a memória é condição essencial do totalitarismo.
As revoluções e golpes comunistas sempre foram exímios na destruição de sistemas, mas incapazes de criar alternativas: caracterizam-se por longos processos de depuração, expurgos, retratações e purgações inquisitoriais. Como diria o cubanófilo Chico Buarque, inventaram o pecado, mas não o perdão.
Num ambiente em que se articulam "teologia", "demonologia" e "esquerdas", uma voz autorizada é a de Frei Betto, o mais pio dos nossos "cubanos", eventualmente ímpio, já que é um religioso.
O homem é de uma coragem moral admirável na amizade que mantém com Fidel.
Em seu convicto repúdio ao inferno capitalista, jamais se deixou impressionar por execuções sumárias.
Como diria Padre Vieira (1608-1697), a coragem moral é de Betto, mas o risco é dos outros. Ele já tem seu veredicto: "Não há nenhum sintoma em Cuba de que o país possa retornar ao capitalismo".
Betto esconjura o demônio.
Trata-se da reza macabra habitual: justificar ou ignorar crimes, sejam fuzilamentos ou mensalões, em nome de amanhãs sorridentes.
É o que tem feito outro renitente apologista do comunismo, Oscar Niemeyer, com o peso dos seus 100 anos – a União Soviética não resistiu mais do que 74...
Na carta de renúncia, Fidel citou o arquiteto, afirmando que é preciso "ser conseqüente até o final".
Até o fim de quem?
Ocorrem-me, diante de Niemeyer, as palavras do poeta português Antero de Quental (1842-1891) ao responder a um adversário intelectual: "Levanto-me quando os cabelos brancos de V. Exa. passam diante de mim.
Mas o travesso cérebro que está debaixo e as garridas e pequeninas coisas que saem dele, confesso, não me merecem nem admiração nem respeito, nem ainda estima.
A futilidade num velho desgosta-me tanto como a gravidade numa criança. V. Exa. precisa menos cinqüenta anos de idade, ou então mais cinqüenta de reflexão".
E há Chico Buarque, o terror da propriedade e dos casamentos privados do Leblon.
Sim, a nossa Palas Athena da MPB tem até um retrato no Museu da Revolução de Cuba, tal é a admiração que lhe devota o "comandante".
O povo prefere Nelson Ned e a novela Escrava Isaura.
Entendo: deve identificar o dono da ilha com Leôncio, o bandidão senhor de escravos.
"Chico", essa entidade acima da moral e, quiçá, dos bons costumes, faz lirismo voluntário com o sangue involuntário das vítimas de Fidel. Um talentoso idiota moral.
Boa parte da imprensa não fugiu a esse clima de leniência (ou "leninência": não resisti ao trocadilho, perdoe-me) com o "comandante".
Sua renúncia assanhou as células do ódio à democracia e à economia de mercado. Sob o pretexto da isenção, atribuíram ao facínora uma herança "ambígua".
Num rasgo de covardia intelectual, decretou-se: "Só a história poderá julgá-lo".
Fidel mandou matar em julgamentos sumários 9 479 pessoas. Estima-se que os mortos do regime cheguem a 17 000. Dois milhões de pessoas fugiram do país – 15% dos 13 milhões de cubanos.
Isso corresponderia a 27 milhões de brasileiros no exílio. Ele matou 130,76 indiví-duos por 100 000 habitantes; Pinochet, o facínora chileno, "apenas" 24; a ditadura brasileira, "só" 0,3.
O comandante é 435,86 vezes mais assassino do que os generais brasileiros, que encheram de metáforas humanistas a conta bancária de Chico Buarque.
A história dirá quem foi Fidel?
Já disse!
Permaneceu 49 anos no poder; no período, passaram pela Casa Branca, lá no "Império" detestado por Niemeyer, dez presidentes!
Cadê a ambigüidade?
A mitologia da resistência é uma trapaça ideológica a emprestar a homicidas compulsivos a dignidade de utopistas. Hoje, os nossos "cubanófilos" estão empenhados é em assaltar os cofres.
O problema não está nas duas caras que eles têm, mas na moral que eles não têm. E é bom lembrar: os ladrões vulgares não desistiram de solapar a democracia.
*Artigo: Reinaldo Azevedo

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Os jornalista​s a serviço do Brasil Maravilha só enxergam bandidos fora do rebanho

Por Augusto Nunes:
O esforço empreendido por jornalistas a serviço do Brasil Maravilha para poupar da demissão, desviar da polícia e livrar da Justiça o ainda ministro Orlando Silva confirma que a turma é capaz de vender a alma (e dar a mãe de brinde) em respeito às cláusulas do contrato.
Mas o rebanho alugado não é mais desprezível que os jornalistas chapa-branca que não se filiam formalmente ao PT para, invocando a independência inexistente, prestar serviços ao chefe da seita e a seus comparsas com a sabujice incomparável do escravo por opção.
Como acreditar no que diz um bandido?, andam balindo os cronistas da potência imaginária, ecoando a pergunta soprada pelo turista surpreendido pela má notícia durante o passeio em Guadalajara.
Num trecho do texto reproduzido na seção Feira Livre, o jornalista Juca Kfouri liquida a conversa fiada com três interrogações:
“E quem poderia contar as sujeiras promovidas no Ministério do Esporte se não um ex-militante do PCdoB, dono de ONG parceira?
O cardeal de Brasília?
O presidente da OAB?”
Promotores e juízes de Roma e Nova York acreditaram no que disse o mafioso Tommaso Buscetta, preso no Brasil em 1983 e extraditado para a Itália (e depois para os Estados Unidos), sobre as ramificações siciliana e americana da organização criminosa.
Fizeram muito bem: era tudo verdade ─ e todos os chefões denunciados pela ovelha desgarrada acabaram na cadeia.
No fim de 2009, em troca dos benefícios da delação premiada, o vigarista Durval Barbosa entregou à Polícia Federal a coleção de vídeos que mostram em ação a quadrilha liderada por José Roberto Arruda.
O governador do Distrito Federal teve de deixar o emprego.
O bando só não está na gaiola porque isto aqui é o Brasil.
Como Arruda era do DEM, e os jornalistas federais só enxergam corruptos fora do rebanho, nenhum deles duvidou da veracidade das cenas registradas por Barbosa, que também é um caso de polícia.
Assim deve ser com o escândalo denunciado por João Dias Ferreira.
A folha corrida do acusador não invalida as provas que está disposto a apresentar ─ e que exigem aos berros a imediata punição do acusado.

Escravos pelo esporte

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Fifa e CBF pretendem isolar ministro do Esporte.

A Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) usam a crise que assola o Ministério dos Esportes por conta das acusações contra o ministro Orlando Silva para reconquistar espaço que havia sido ocupado pelo governo na definição de leis da Copa do Mundo de 2014 e impor suas exigências.
Na semana considerada como a mais crítica para a definição do Mundial no Brasil, o governo não foi sequer convidado a participar dos encontros em Zurique que começam hoje. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ainda levará propostas que driblam a posição do governo e a situação fragilizada de Orlando Silva já abre espaço para que as posturas defendidas pelo governo enfrentem uma dura resistência.
Como o Estado revelou ontem, a cúpula da Fifa teme que o novo escândalo envolvendo o Ministério dos Esportes cause problemas para a definição de leis fundamentais para a Copa. A manobra da Fifa e da CBF, portanto, é a de isolar Orlando Silva e reduzir sua influência. Segundo fontes na Fifa, essa estratégia já começou a ser implementada.
*JAMIL CHADE - Agência Estado

domingo, 16 de outubro de 2011

Os conflitos nos países árabes, Israel e a estupidez da política externa brasileira.

Por Reinaldo Azevedo:
Escrevi na segunda-feira um post demonstrando por que considero irresponsável o discurso da presidente Dilma Rousseff na ONU no que respeita à questão israelo-palestina.
Não vou repisar argumentos.
Meu ponto neste post é outro.
É inacreditável que a política externa brasileira seja vítima de uma obsessão: contrapor-se aos EUA, pouco importa o que pretenda aquele país: o Brasil acerta e erra na sua intervenção internacional sempre por maus motivos.
Se os EUA estiverem certos, o Brasil atua de modo estúpido para demonstrar que é independente. Se os EUA estiverem errados, o Brasil age de modo prudente para demonstrar que é independente.
Aquele que tem a pretensão de demonstrar independência pouco importando o que queira o interlocutor, se o certo ou o errado, comporta-se como escravo de sua liberdade.
Ora, tenham paciência!
Como pode um país como o Brasil, que tem uma importância mediana no mundo e exerce considerável liderança na América Latina, endossar a reivindicação palestina na forma como vem? A representação oficial palestina abriga hoje o Hamas e sua postulação essencial, que ainda não mudou: destruir Israel. Está escrito. “Ah, mas não atuam nesse sentido…” Não? Atuam, sim, dentro do que lhes é possível fazer. Quando mais for possível, mais farão. É o que indica a história do lugar. Sem um acordo bilateral, acatar a reivindicação palestina corresponde a uma aposta na violência. Para se contrapor aos EUA, o governo brasileiro já mergulhou fundo na abjeção - veja-se o caso de Honduras: investiu-se numa guerra civil, que, felizmente, não aconteceu.
O mundo, como tenho afirmado aqui, não é plano. Em seu discurso, Dilma repudiou a violência com que as ditaduras árabes têm tratado os protestos, mas também censurou a intervenção externa nesses países. Vocês sabem muito bem o que penso a respeito. Não estou entre os “encantados” com a “Primavera Árabe”.
Uma das “flores” do Egito, por exemplo, é o incêndio de casas e de igrejas dos cristãos. Houve efetiva colaboração de egípcios com terroristas palestinos em recente atentado no sul de Israel. A embaixada israelense no Cairo foi destruída diante da passividade cúmplice do novo governo. Na Síria, as minorias religiosas não-islâmicas já perceberam que, se o sanguinário Bashar Al Assad cair, sobrevirá a perseguição. Na Líbia, um dos chefões do staff militar é um ex-jihadista.
Mais um pouco: a atuação de EUA, França e Grã-Bretanha na Líbia desrespeitou a resolução da ONU de maneira flagrante, escancarada, vergonhosa até. A Otan deu seqüência ao trabalho, rasgando a cada dia o texto aprovado. Comece-se pelo óbvio: as potências estrangeiras entenderam que “proteção a civis” significava proteção aos adversários de Kadafi, mas não aos aliados. Os insurgentes também massacraram seus adversários de modo impiedoso. Contra a resolução, forneceram-se armas aos ditos rebeldes, e houve, obviamente, a tentativa de matar Kadafi. Há dias, como num desses filmes B, Nicolas Sarkozy e David Cameron apareceram para posar de libertadores. Com a devida vênia aos analistas que acreditam que a democracia cai da árvore da vida, acho que as (im)potências estão é colaborando, no médio prazo, com o extremismo islâmico. Se eu estiver errado, ficarei feliz. Se eu estiver certo, o mundo ficará infeliz…
Prestem atenção: nesse particular, eu ficaria satisfeito em poder chamar de “prudente” a atuação do Brasil. Eu não tenho razões, digamos, filosóficas para preferir os carniceiros de Benghazi ao ex-carniceiro de Trípoli. Vista a coisa em perspectiva, não é do meu interesse filosófico que o extremismo islâmico ganhe uma face humana. Pois bem. E por que a minha insatisfação? Porque a escolha feita pelo Brasil nada tem a ver com essa mirada de mais longo prazo.
A abordagem do Itamaraty foi bronca, simplista, boçal:
“O que querem os EUA?
Estão atuando para derrubar aqueles regimes?
Estão!
Então a gente é contra.
Afinal, precisamos provar a nossa independência!”
E faço aqui uma nota à margem: a estupidez é de tal ordem que o Brasil houve por bem integrar um grupo para “dialogar” com Bashar Al Assad…
Que coisa!
É mais uma evidência de que o Itamaraty não escolhe a prudência.
Seu único norte é o antiamericanismo.
E é essa mesma postura que leva o país a se posicionar, mais uma vez, contra Israel. Trata-se de uma política externa que não distingue o erro do acerto. E é assim porque ela não é autônoma. Depende da escolha que faz o seu suposto adversário — como se houvesse mesmo essa polaridade. É o samba-do-nanico-doido.
E só para encerrar: é curioso que algumas vozes que censuram severamente o Brasil por não integrar, moralmente ao menos, os esforços de “democratização” da Líbia, da Síria ou do Egito se calem diante da postura de Dilma no caso do conflito israelo-palestino. Fica parecendo que o antimaericanismo brasileiro é ruim quando não coincide com o que eles pensam, mas é bom quando coincide.
Tudo bem pesado, tem-se a impressão de que o Itamaraty só acerta quando se posiciona contra Israel.
Talvez esses analistas devam investigar mais a fundo essa inclinação anti-israelense para saber se ela não deriva de algo que antecede em muito a própria existência de Israel…

A psicótica democracia brasileira

A coexistência pacífica das instituições democráticas formais com a total supressão da concorrência ideológica que define as democracias saudáveis, eis precisamente o que caracteriza a situação brasileira atual.
É um quadro nitidamente psicótico, onde tudo é mentira, fingimento e pose. A farsa existencial com que a esquerda governante inventa inimigos para camuflar seu controle hegemônico tornou-se a norma e padrão para o país inteiro, invadindo as consciências e expelindo cada pensamento para longe da realidade.
*Democracia normal e patológica – II Olavo de Carvalho

EUA pedem maior isolamento ao Irã após suposto complô

Ahmadinejad, seria um novo Bin Laden?
Os Estados Unidos impuseram sanções contra membros da Guarda Revolucionária do Irã e pediram que a comunidade internacional imponha um isolamento internacional ainda maior ao país.
A pressão americana se deu após autoridades americanas terem acusado dois iranianos de estarem por trás de um complô para assassinar o embaixador saudita em Washington, Adel al-Jubeir, por meio de um atentado à bomba.
O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, afirmou que que a trama foi ''concebida, patrocinada e conduzida pelo Irã''. O governo iraniano nega as acusações dizendo que elas são uma fabricação e uma propaganda com vistas a provocar um conflito armado entre os dois países.
Na terça-feira à noite, o Departamento de Estado americano divulgou um alerta de viagem mundial para cidadãos americanos sobre supostas ameaças que ele enfrentariam ao embarcar em voos domésticos ou internacionais.
A advertência se deu após a divulgação do suposto complô para assassinar o embaixador saudita.
DENÚNCIA
Ao fazer o anúncio, na terça-feira, sobre o possível plano iraniano, Eric Holder afirmou que "a denúncia criminal revelada hoje (terça-feira) expõe um plano mortal dirigido por facções do governo iraniano para assassinar um embaixador estrangeiro em solo americano com explosivos".
Dois iranianos, Gholam Shakuri e Manssor Arbabsiar, foram indiciados por sua suposta participação no plano e devem responder a diversas acusações, entre elas a de conspiração para assassinar um oficial estrangeiro, para usar uma arma de destruição em massa e para cometer atos de terrorismo internacional.
Segundo Holder, o plano foi "concebido, patrocinado e conduzida pelo Irã" e constitui uma flagrante violação das leis americanas e internacionais, "incluindo a convenção que explicitamente protege diplomatas".
Logo após as declarações de Holder, um porta-voz do governo iraniano negou as acusações e disse que são "pré-fabricadas" para desviar a atenção do público dos problemas domésticos dos Estados Unidos.
ACUSADOS
Um dos acusados, Shakuri, é membro da Força Quds, a unidade de elite responsável pelas operações internacionais da Guarda Revolucionária do Irã, e permanece foragido.
Os Estados Unidos consideram a Força Quds suspeita de patrocinar ataques contra as forças da coalizão internacional no Iraque e de apoiar o Talebã e outras organizações consideradas terroristas pelo governo americano.
Ou outro acusado, Arbabsiar, tem dupla cidadania iraniana e americana e foi preso em 29 de setembro, no aeroporto internacional John F. Kennedy, em Nova York.
De acordo com informações do Departamento de Justiça, Arbabsiar teria confessado sua participação no plano. Caso condenado, pode ser sentenciado à prisão perpétua.
O diretor do FBI, Robert Mueller, disse que "muitas vidas" poderiam ter sido perdidas caso o plano não fosse descoberto a tempo.
Pouco após o anúncio, o Departamento do Tesouro anunciou sanções contra os dois acusados e outros três iranianos, membros do alto escalão da força Quds e também suspeitos de participação no plano.
Eles terão seus bens nos Estados Unidos congelados e serão proibidos de manter negócios com cidadãos americanos.
INVESTIGAÇÕES
As investigações que levaram à descoberta do plano se estenderam durante vários meses.
Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor, o presidente americano, Barack Obama, foi informado sobre a trama ainda em junho e ordenou total apoio às investigações.
Em maio, Arbabsiar teria se encontrado, no México, com um informante da agência antidrogas dos EUA que se passava por membro de um cartel de narcotraficantes.
O Departamento de Justiça diz que o encontro foi o primeiro de muitos e que "elementos do governo iraniano" pretendiam pagar US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 2,6 milhões) ao informante para que assassinasse o embaixador saudita.
Segundo o governo americano, as autoridades do México tiveram um papel importante nas investigações.
*Folha.com

sábado, 15 de outubro de 2011

Militante do PCdoB acusa Orlando Silva de montar esquema de corrupção

Foto:Tasso Marcelo/AE
Militante do PCdoB acusa Orlando Silva de montar esquema de corrupção. Segundo o policial militar João Dias Ferreira, ministro do Esporte recebeu propina nas dependências do ministério.
As fraudes no programa Segundo Tempo são investigadas há mais de três anos, mas é a primeira vez que o ministro é apontado diretamente como mentor das irregularidades
No ano passado, a polícia de Brasília prendeu cinco pessoas acusadas de desviar dinheiro de um programa criado pelo governo federal para incentivar crianças carentes a praticar atividades esportivas. O grupo era acusado de receber recursos do Ministério do Esporte através de organizações não governamentais (ONGs) e embolsar parte do dinheiro. Chamava atenção o fato de um dos principais envolvidos ser militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ex-candidato a deputado e amigo de pessoas influentes e muito próximas a Orlando Silva, o ministro do Esporte. Parecia um acontecimento isolado, uma coincidência. Desde então, casos semelhantes pipocaram em vários estados, quase sempre tendo figuras do PCdoB como protagonistas das irregularidades. Agora, surgem evidências mais sólidas daquilo que os investigadores sempre desconfiaram: funcionava dentro do Ministério do Esporte uma estrutura organizada pelo partido para desviar dinheiro público usando ONGs amigas como fachada. E o mais surpreendente: o ministro Orlando Silva é apontado como mentor e beneficiário do esquema.
Em entrevista a VEJA, o policial militar João Dias Ferreira, um dos militantes presos no ano passado, revela detalhes de como funciona a engrenagem que, calcula-se, pode ter desviado mais de 40 milhões de reais nos últimos oito anos. Dinheiro de impostos dos brasileiros que deveria ser usado para comprar material esportivo e alimentar crianças carentes, mas que acabou no bolso de alguns figurões e no caixa eleitoral do PCdoB. O relato do policial impressiona pela maneira rudimentar como o esquema funcionava. As ONGs, segundo ele, só recebiam os recursos mediante o pagamento de uma taxa previamente negociada que podia chegar a 20% do valor dos convênios. O partido indicava desde os fornecedores até pessoas encarregadas de arrumar notas fiscais frias para justificar despesas fictícias. O militar conta que Orlando Silva chegou a receber, pessoalmente, dentro da garagem do Ministério do Esporte, remessas de dinheiro vivo provenientes da quadrilha: “Por um dos operadores do esquema, eu soube na ocasião que o ministro recebia o dinheiro na garagem” (veja a entrevista abaixo). João Dias dá o nome da pessoa que fez a entrega. Parte desse dinheiro foi usada para pagar despesas da campanha presidencial de 2006.
O programa Segundo Tempo é repleto de boas intenções. Porém, há pelo menos três anos o Ministério Público, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União desconfiam de que exista muita coisa além da ajuda às criancinhas. Uma das investigações mais completas sobre as fraudes se deu em Brasília. A capital, embora detentora de excelentes indicadores sociais, foi muito bem aquinhoada com recursos do Segundo Tempo, especialmente quando o responsável pelo programa era um político da cidade, o então ministro do Esporte Agnelo Queiroz, hoje governador do Distrito Federal. Coincidência? A investigação mostrou que não. A polícia descobriu que o dinheiro repassado para entidades de Brasília seguia para entidades amigas do próprio Agnelo, que por meio de notas fiscais frias apenas fingiam gastar a verba com crianças carentes. Agnelo, pessoalmente, foi acusado de receber dinheiro público desviado por uma ONG parceira. O soldado João Dias, amigo e aliado político de Agnelo, controlava duas delas, que receberam 3 milhões de reais, dos quais dois terços teriam desaparecido, de acordo com o inquérito. Na ocasião, integrantes confessos do esquema concordaram em falar à polícia. Contaram em detalhes como funcionava a engrenagem. O soldado João Dias, porém, manteve-se em silêncio sepulcral — até agora.
Na entrevista, o policial afirma que, na gestão de Agnelo Queiroz no ministério, o Segundo Tempo já funcionava como fonte do caixa dois do PCdoB — e que o gerente do esquema era o atual ministro Orlando Silva, então secretário executivo da pasta. Por nota, a assessoria do governador Agnelo disse que as relações entre ele e João Dias se limitaram à convivência partidária, que nem sequer existe mais. VEJA entrevistou também o homem que o policial aponta como o encarregado de entregar dinheiro ao ministro. Trata-se de Célio Soares Pereira, 30 anos, que era uma espécie de faz-tudo, de motorista a mensageiro, do grupo que controlava a arrecadação paralela entre as ONGs agraciadas com os convênios do Segundo Tempo. “Eu dirigia e, quase todo mês, visitava as entidades para fazer as cobranças”, contou. Casado, pai de seis filhos, curso superior de direito inconcluso, Célio trabalha atualmente como gerente de uma das unidades da rede de academias de ginástica que o soldado João Dias possui. Célio afirma que, além do episódio em que entregou dinheiro ao próprio Orlando Silva, esteve pelo menos outras quatro vezes na garagem do ministério para levar dinheiro. “Nessas vezes, o dinheiro foi entregue a outras pessoas. Uma delas era o motorista do ministro”, disse a VEJA. O relato mais impressionante é de uma cena do fim de 2008. “Eu recolhi o dinheiro com representantes de quatro entidades aqui do Distrito Federal que recebiam verba do Segundo Tempo e entreguei ao ministro, dentro da garagem, numa caixa de papelão. Eram maços de notas de 50 e 100 reais”, conta.
Célio afirma que um dirigente do PCdoB, Fredo Ebling, era encarregado de indicar a quem, quando e onde entregar dinheiro. “Ele costumava ir junto nas entregas. No dia em que levei o dinheiro para o ministro, ele não pôde ir. Me ligou e disse que era para eu estar às 4 e meia da tarde no subsolo do ministério e que uma pessoa estaria lá esperando. O ministro estava sentado no banco de trás do carro oficial. Ele abriu o vidro e me cumprimentou. O motorista dele foi quem pegou a caixa com o dinheiro e colocou no porta-malas do carro”, afirma. Funcionário de carreira do Congresso Nacional, chefe de gabinete da liderança do partido na Câmara dos Deputados, Fredo Ebling é um quadro histórico entre os camaradas comunistas. Integrante da Secretaria de Relações Internacionais do PCdoB nacional, ele foi candidato a senador e a deputado por Brasília. Em 2006, conseguiu um lugar entre os primeiros suplentes e, no final da legislatura passada, chegou a assumir por vinte dias o cargo de deputado federal. João Dias diz que Fredo Ebling era um dos camaradas destacados por Orlando Silva para coordenar a arrecadação entre as entidades. O policial relata um encontro em que Ebling abriu o bagageiro de seu Renault Mégane e lhe mostrou várias pilhas de dinheiro. “Ele disse que ia levar para o ministro”, afirma. Ebling nega. “Eu não tinha esse papel”, diz. O ex-deputado diz que conhece João Dias, mas não se lembra de Célio.
A lua de mel do policial com o ministério e a cúpula comunista começou a acabar em 2008, quando passaram a surgir denúncias de irregularidades no Segundo Tempo. Ele afirma que o ministério, emparedado pelas suspeitas, o deixou ao léu. “Eu tinha servido aos interesses deles e de repente, quando se viram em situação complicada, resolveram me abandonar. Tinham me prometido que não ia ter nenhum problema com as prestações de contas.” O policial diz que chegou a ir fardado ao ministério, mais de uma vez, para cobrar uma solução, sob pena de contar tudo. No auge da confusão, ele se reuniu com o próprio Orlando Silva. “O Orlando me prometeu que ia dar um jeito de solucionar e que tudo ia ficar bem”, diz. O ministro, por meio de nota, confirma ter se encontrado com o policial. Diz que o recebeu em audiência, mas nega que soubesse dos desvios ou de cobrança de propina. “É uma imputação falsa, descabida e despropositada. Acionarei judicialmente os caluniadores”, afirmou o ministro, em nota.
Em paralelo às investigações oficiais, João Dias respondeu por desvio de conduta na corporação militar. A Polícia Militar de Brasília oficiou ao ministério em busca de informações sobre os convênios. A resposta não foi nada boa para o soldado: dizia que ele estava devendo 2 milhões aos cofres públicos por irregularidades nas prestações de contas. João Dias então subiu o tom das ameaças. Em abril de 2008, quando foi chamado à PM para dar satisfações e tomou conhecimento do ofício, ele procurou pessoalmente o então secretário nacional de Esporte Educacional, Júlio Cesar Filgueira, para tirar satisfação. O encontro foi na secretaria. O próprio João Dias conta o que aconteceu: “Eu fui lá armado e dei umas pancadas nele. Dei várias coronhadas e ainda virei a mesa em cima dele. Eles me traíram”. Júlio Filgueira, também filiado ao PCdoB de Orlando Silva, era responsável por tocar o programa. A pressão deu certo: o ministério expediu um novo ofício à Polícia Militar amenizando a situação de Dias. O documento pedia que fosse desconsiderado o relatório anterior. A agressão que João Dias diz ter cometido dentro da repartição pública passou em branco. “Eles não tiveram coragem de registrar queixa porque ia expor o esquema”, diz o soldado. Indagado por VEJA, o gabinete de Orlando Silva respondeu que “não há registro de qualquer agressão nas dependências do Ministério do Esporte envolvendo estas pessoas”. O ex-secretário Júlio Filgueira, que deixou o cargo pouco depois da confusão, confirma ter recebido o policial mas nega que tenha sido agredido. “Ele estava visivelmente irritado, mas essa parte da agressão não existiu”, diz. A polícia e o Ministério Público têm uma excelente oportunidade para esclarecer o  que se passava no terceiro tempo no Ministério do Esporte. As testemunhas, como se viu, estão prontas para entrar em campo.
*Por Rodrigo Rangel, na Veja